sábado, 28 de maio de 2016

Espíritos de luz

Algumas luzes precisam
Se cruzar
Não se pode evitar
Talvez seja só meu coração
Escorrendo por entre os dedos
Trêmula,
Tentando agarrar cada pedaço sólido
Não posso eu aprisionar tua luz.
Passaremos
Quiçá, tenhas passado já há tempo
E eu, leiga
Aqui fiquei
E mesmo já longe
Ainda procuro explicação.
Como for,
Não serei eu a ditar
Se tua luz ainda me iluminará
Sem mágoas
Talvez, algum arrependimento meu
Mas trouxe-me luz
Quisera eu que permanecesse
Aqui
Quem sabe alguma sessão mal interpretada
Eu tive medo,
Mas juro,
Agora, medo maior não há
Permito-me esperar
E o mais difícil,
Dar tempo ao tempo.
Mil perdões
Se agredi tua alma
Agradeço verdadeiramente todo apoio
Ajuda e preocupação.

Betina Frizon.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Cadáver ambulante

Eu preferia sentir mais um milhão de vezes o susto dessas quedas do que a dor que esmaga a alma.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

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Ainda é dia, mas a escuridão reina sob minha pele, e por mais que eu queira sorrir, as lágrimas não se deixam esconder.
A dor ressurge quando eu menos espero. E quando é esse o assunto, não há fuga. É preciso lutar contra a necessidade de apelar ao drama, e matar-se apenas por dentro.
A insistência em pedir socorro, prova apenas quão distante tu está. Pois tu não tem ninguém. E tu precisa chegar a alguma conclusão, precisa encontrar uma forma de aliviar esse turbilhão de sentimentos opressivos.
Não és louco por querer acabar com tua vida, afim de livrar-se da dor. Loucos são os outros, que sem tentar entender, te obrigam a "viver" (Sofrer).

Betina frizon

segunda-feira, 25 de maio de 2015

E.

  Honestamente, tudo que eu consigo fazer é chorar. Meu choro lento, arrastado, demorado, quieto, o choro discreto de quem não quer estar ali.
  A sensação de morte, subitamente me acorda. Abrir os olhos faz doer a alma.
  Não quero voltar, nem passar, nem estar.
  Esse descontrole envolve a mente em fumaça. Fumaça esta, que apesar de sua não existência, ofusca e cega. Suprime qualquer perspectiva.

Betina Frizon.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Pre se pito

Se preciso.
Sigo o risco,
E arrisco.

Me precipito.
Logo avisto,
O precipício.

Betina Frizon.

domingo, 11 de janeiro de 2015

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O problema de viver cada dia como se fosse o ultimo, é que eu quero tudo pra hoje.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Dia por dia

A falta de perspectiva me faz viver cada dia como se fosse o último. Não tornando esta uma frase positiva, nem sequer negativa; mas finalmente, insignificante.

Betina Frizon.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Pouquidade

    Teu respiro tinha cheiro de felicidade. E minha percepção, gosto de morango. Só agora entendo que é o azedo do morango que te fazia rir, agora transformado em amargo que arranca lágrimas da minha alma.
    A peculiaridade do morango sempre foi ameaça, desde que eu conheci seu lado amargo. Não posso comer morango com açúcar pra sempre. Então deixei de lado o açúcar. E o morango também. Impelida a fazê-lo, por ninguém menos que tu.

Betina Frizon

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Confim

    Neste nó inextricável de confusão, dor e terror, minha convicção da realidade de toda a existência, desconjunta-se em meu interior caótico.
    Os gritos estridentes e as palavras sussurradas em meus ouvidos, desnorteiam meus sentidos.
    Arfante, salto de pesadelos nas noites de horror cada vez mais freqüentes.
    É apavorante não saber o que vai aparecer atrás de mim, quando escuto os passos.


Betina Frizon

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Singular

    Deitada na cama, meu quarto começa a derreter em cores oscilantes. Nada é fixo, e as imagens se contorcem. Vejo verde e azul sucessivamente.
    Mais tarde, olhos inimigos usurpam minha paz. O pânico invade minha mente, e minha voz falha não é ouvida do outro lado da porta. Meus ouvidos escutam cada mínimo som, dentro do quarto.
    Por fim, ainda trêmula, tomo coragem e corro para longe do perigo. Meu coração ainda bate.

Betina Frizon